tag:blogger.com,1999:blog-48676132769929660492023-11-15T23:11:04.673-08:00Que a terra lhes seja leve..!Isabela Martinezhttp://www.blogger.com/profile/11629737077588511393noreply@blogger.comBlogger125125tag:blogger.com,1999:blog-4867613276992966049.post-52225751116964313782015-09-11T06:25:00.000-07:002015-09-11T06:42:52.957-07:00Caos, cocô e tetê<div style="text-align: justify;">
Acordo no susto habitual de todos os dias. Chora um, chora o outro. Levanto meio desnorteada pelos sonhos sem sentido de uma madrugada que não dormi direito, e vou direto pro quarto deles. Um erro de planejamento me faz perder o tempo pra um xixi matinal. Eles me viram.</div>
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<br />
A primeira parte da cena que consigo visualizar é um amontoado de lençol, cobertor, calça e fralda no chão entre os dois berços. Francisco apontava energicamente para o irmão. Quando adentro mais o recinto, percebo que ele delatava o crime. Joaquim tinha acordado com cocô e resolveu tirar tudo que tinha em sua cama e jogar no chão. Não contente com a sua rebeldia, decidiu também tirar sua fralda que por ironia do destino, caiu com o lado recheado no chão.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQRyFQG02OUXyvW5mG1t1E7OaS6NU9EKhXcvPZjL4Ksos54Cyfstfwf2iVnvuknoJ9x8pIhgF3a9zkDgzkjw3fNujJYTDGxhEjbFNXgFsclVn3hr4A3uE1D_unS_pjLJhk2dkFi0EYR4K8/s1600/11781847_10205111605329517_8047796022299397005_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgQRyFQG02OUXyvW5mG1t1E7OaS6NU9EKhXcvPZjL4Ksos54Cyfstfwf2iVnvuknoJ9x8pIhgF3a9zkDgzkjw3fNujJYTDGxhEjbFNXgFsclVn3hr4A3uE1D_unS_pjLJhk2dkFi0EYR4K8/s320/11781847_10205111605329517_8047796022299397005_n.jpg" width="320" /></a></div>
Não era uma situação desconhecida, eu sabia que a primeira coisa que deveria fazer era jogá-lo rápido na banheira e levar o "tetê" pra acalmar os nervos da galerinha. Então, eu coloquei-o no trocador para tirar sua roupa. enquanto cantava qualquer coisa da Galinha Pintadinha para acalmar o irmão que se esgoelava-se pelo seu tetê. Numa virada de cabeça pra entoar o refrão da música com o Francisco, o outro passa a mão suja com vontade na parede.<br />
<br />
Se alguém entrasse naquele momento no quarto não saberia se sentava comigo pra chorar ou pra rir. Mas beleza, levo o pelado pra tomar banho, depois coloco no mesmo berço com o irmão (porque seu berço estava inabitável) e levo as sagradas mamadeiras. Por cinco minutos, é paz e silêncio. Me lembro de fazer xixi e aproveito pra encarar o lençol no tanque.<br />
<br />
Terminado o lençol, escuto aquele choro, aquele que diz que algo de errado realmente aconteceu. Volto no quarto pra apartar a briga e pergunto com cara de louca o que aconteceu aqui. Joaquim me olha com cara de quem não sabe de nada e Francisco é só lágrimas e bracinhos. Joaquim ataca novamente, pensei. Procuro as marcas de mordida e encontro uma assustadora, então dou uma bronca nele e por algum motivo (talvez pela falta de controle na palavra) os dois dão gargalhadas. Mas antes de você ficar com dó de mim, lembre-se que se eu tenho duas criaturas com a mesma idade e vontades ao mesmo tempo, eles têm só uma mãe para compartilhar em todos os momentos.<br />
<br />
Entre muitos "não" e "Óhh" sem sucesso, o dia vira noite. E o problema da fralda volta a me assombrar. Então, começo a maratona para coloca-los para dormir. Dou banho, saio mais molhada que eles, tento seca-los enquanto eles imitam aqueles frangos girando no açougue. Canto todas as músicas já inventadas para crianças, brinco de UFC para conseguir passar o cotonete nas orelhas e finalizo com a mamadeira até o topo.<br />
<br />
Penso vitória e me jogo no sofá. Veja, a vitória para pais consiste em fazer as crianças dormir e conseguir terminar de ver um filme por inteiro. Sem academia, sem madrugada no Netflix, sem happy hour, sem livros e sem entender a maioria das piadinhas que estão rolando no facebook.<br />
<br />
Coloco qualquer comédia romântica pra não ter que pensar muito antes de dormir, e pauso o filme pra ouvir a conversa dos dois, muito eloquente como sempre:<br />
- Tato!<br />
- Mamain...<br />
- Apapá!<br />
- Óhh... (num tom muito parecido com o meu)<br />
<br />
Até aí tudo normal, o problema é quando o silêncio reina, sempre surge a dúvida: estão dormindo ou aprontando alguma? Mas o filme tinha chegado ao seu climáx, mesmo sabendo como ia ser o final da história, não quis levantar para saber o que estava acontecendo. Não precisou.<br />
<br />
O mistério veio correndo, pelado e rindo muito da sua liberdade conquistada do berço. Era Joaquim, conseguiu escapar da sua cama, mas antes tirou toda a sua roupa e fez xixi no canto do quarto.<br />
<br />
Não adiantava mais falar alto, pedir pelo amor de deus, rezar Ave Maria, fazer pirueta ou falar com a voz do Pato Donald. Então tive um insight, resgatei da mente uma conversa com a minha mãe que me indicou um vídeo de uma palestra de um educador infantil.<br />
<br />
Psicanalista, especializado em terapia infantil, intelectual, fã de música clássica e sem filhos no currículo. Achei um pouco suspeito, mas dei uma chance para palestra tão bem falada. Ele começava dizendo que crianças devem ser educadas de forma direta:<br />
- Criança não quer compreender se é hora do banho, se é legal tomar banho, se o patinho de borracha vai estar lá pra brincar, etc. Então, você não deve tentar persuadi-lo a tomar banho, deve dizer simplesmente que está na hora de tomar banho.<br />
<br />
Meu marido olhava o vídeo com uma cara mista, fazia expressões dignas de cachorro quando inclina a cabeça. Até que o palestrante responde uma pergunta do público:<br />
- Sim, eu e minha mulher decidimos não ter filhos, para nos dedicarmos ao trabalho.<br />
<br />
Algo como, sei tanto sobre crianças que resolvi não tê-las. Oras, mas crianças não são para desistentes. Crianças são pra brasileiros que não desistem nunca, são para quem fica de quatro (literalmente) pra eles montarem, são para pessoas que não tem medo do ridículo, para quem imita o filho e se joga junto no chão do supermercado, crianças são para quem não tem medo de identificar no rosto o coco ou o chocolate, mas principalmente, crianças são para quem aguenta a tevê ligada 24h na Discovery Kids.<br />
<br />
Porém, um trecho da palestra nos interessou. O psicanalista indicava Bach ou Beethoven para ajudar na hora do sono e acalmar a criança. Então resolvemos acatar a sugestão, mesmo com algumas suspeitas. Coloquei Bach para escutarem. A sugestão era clara: som baixo, luz baixa para acalmar as feras.<br />
<br />
Decidimos deixá-los sozinhos por meia hora para ver se funcionava. Quando retornamos para o quarto, a cena se repetia. Algo na música deixaram-os ainda mais animados para fazer arte abstrata no berço.<br />
<br />
Já cansados de tantas técnicas, especialistas e sugestões da época da vovó. Encontramos finalmente a resposta na (rufem os tambores) fita adesiva dando volta na fralda.<br />
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Isabela Martinezhttp://www.blogger.com/profile/11629737077588511393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4867613276992966049.post-44154972536994705032015-08-05T19:20:00.000-07:002015-08-05T20:12:51.006-07:00A história da DR sem fim<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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Não há desespero maior em saber que mesmo a mais alta das batidas de porta, não deixa realmente para fora o que se sente. Nem a frase mal pensada que você coloca como cereja no bolo pra justificar sua atitude também não funciona como ponto final de conversa. Por que entre você e outro, não há só um relacionamento, existe também uma residência. Assim, não há escapatória para a DR sem fim.<br />
Esse fenômeno demora (ou não) para acontecer, pois num primeiro momento estamos muito felizes por estar morando com o ser amado. O quão empolgante é poder decorar sua casa conforme o gosto de... Bom, neste caso você acabou cedendo ao gosto do parceiro. Mas, e o quão gostoso é poder fazer cineminha em casa vendo aquele filme que...ZzZzz você acabou dormindo porque tinha que acordar cedo no outro dia. Ok, ainda tem a melhor parte: dormir de conchinha, abraçadinhos, aconchegadinhos um no outro, assim como propaganda de colchão que como você deve imaginar se dissipa depois de 20 minutos tentando ficar naquela posição. Por que é claro, você dorme de bruços e ele em posição fetal abraçado com o travesseiro e não com você.<br />
Ainda assim, mesmo depois da água gelada na cara que desfaz o sonho da rotina perfeita, nós conseguimos remanejar a expectativa, até mesmo porque ninguém da conta de ser personagem feliz e bonito de propaganda de manteiga todo dia.<br />
Todavia, o dia-a-dia de um casal dentro de casa, mostra não só como não poderíamos viver num conto de fadas, mas como seu parceiro não é príncipe do seu castelo. Então, às vezes, uma nova faceta aparece (importante frisar que já estava lá), sem avisar, deixando a cama por fazer, fazendo comida na madrugada (deixando a louça pra você), chamando pra conversar sobre o 'Oi' daquela garota no facebook ou pra discutir as contas às 22h, quando a única coisa que você quer na sua vida é o edredom. E, é num dia desses, em que o diabinho do seu lado te dá todo os motivos que você considera importante para discutir o relacionamento.<br />
No 1° round, alguém acusa, automaticamente o outro se defende. A batalha se estende quase sempre no 'Você isso...." e "Você aquilo...".<br />
Pausa.<br />
2º round: O acusado retorna, agora não mais para defender, mas sim para acusar. Por que assim como cabeça vazia é a casa do diabo, a pausa entre a briga é o momento perfeito pra lembrar daquela toalha molhada na cama da semana passada.<br />
3° round: Existe sempre duas possibilidades para o final de uma briga: alguém cede porque quer ir dormir ou vão dormir brigados.<br />
Pausa.<br />
Quando o fenômeno não acontece perto da hora de dormir, você passa pela prova que é habitar a mesma casa, às vezes até o mesmo cômodo com quem você acabou de brigar. Então, você foi para um quarto tentar se acalmar, ansiando por ficar só, quando o parceiro entra pra pegar sua cueca porque vai tomar banho. Ou, você vai até a cozinha preparar algo para comer e como você não é um ser humano infantil (embora naquele momento gostaria de ser um animal irracional), é claro que oferece o que preparou para o o outro. E entre um desses momentos em que esbarramos com o outro para nos deslocar no mesmo lugar, surge a retomada de conversa.<br />
Lá do chuveiro ele mostra outro ponto da conversa, entre o escovar dos dentes você dá o seu. Colocando seu pijama você se lembra de um exemplo que poderia usar, mas o parceiro diz que quer parar e descansar. Edredom abaixo, tom mais baixo de conversa, pés se tocando, vocês se aconchegando mais, e um dos dois diz bocejando: "Ah mô, você sabia que tava errado né".Isabela Martinezhttp://www.blogger.com/profile/11629737077588511393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4867613276992966049.post-354856835463914822015-02-06T06:39:00.002-08:002015-02-28T16:43:43.554-08:00Do amorEu calo, você bedelho.<br />
Me abro, você pavão. <br />
Estou
nua, você vermelho. <br />
De cabeça, você coração.<br />
<br />
Guardo
memórias, você as solta. <br />
Penso silêncio, você pensa alto.<br />
Me abro, você se rasga.<br />
Levanto, você de quatro.<br />
<br />
Do amor só prezo isso<br />
Sou uma e você outro<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Isabela Martinezhttp://www.blogger.com/profile/11629737077588511393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4867613276992966049.post-76619715623618451592015-01-14T18:46:00.003-08:002015-01-16T13:00:04.652-08:00SororidadeNesta semana tive um encontro corriqueiro, porém de abrir os olhos para o que não pode deixar de ser percebido.<br />
Conversava com uma mulher que vai ser avó. Ainda com cara de menina, contou-me que teve seu filho com vinte e poucos anos, e agora ele mais ou menos com a mesma idade iria ser papai. Mas que "tudo bem", ela dizia. Pois ele faz faculdade em outra cidade e pra ele nada vai mudar.<br />
Claro que pensei na hora na futura mamãe, que provavelmente não vai ingressar na faculdade e vai abdicar de outras coisas na vida.<br />
Então voltei-me a para a avó e não consegui parabenizá-la. Afinal, ela me pareceu mais aliviada pela novidade não afetar a vida do seu filho do que feliz.<br />
E o quão desigual é esta ideia de que se numa situação assim, o homem pode seguir com a sua vida e a mulher abdica de tudo só porque teve filho?<br />
Calma, termine de ler antes de começar a me julgar. Sim, faço parte exatamente dessa maioria de novas mamães que por falta de opção ou por opção deixam de lado suas carreiras para poder cuidar de seus filhos. Nada de errado nisso, acredite, todas nós deveríamos ser Amélias por um tempo, chega a ser uma questão de sobrevivência.<br />
Mas voltando ao que dizia, e se essa não for a sua vontade? Por que cargas d'água o homem não pode cuidar do filho em casa para a mulher retomar a vida se assim quiser.<br />
A verdade é que o discurso da futura avó é muito comum. Não chegam a dar outras opções as mulheres, e o mais assustador é que na maioria das vezes isso é feito exatamente pelas próprias mullheres. Essa mulher de quem escrevo, já tinha calçado os mesmos sapatos e, mesmo assim não se colocou no lugar da nora.<br />
Dentro do contexto histórico é claramente um problema na visão machista que está enraizada entre nós. Mas não busco diminuir ou aumentar o papel do feminismo no século XXI e o problema que ainda existe da desigualdade entres os sexos.<br />
Quero chamar atenção a outro problema, o da falta de amizade entre as mulheres. Não digo amizade de sentar e escovar o cabelo da amiga (e fofocar né), outro ponto machista aí... Mas sim de se colocar no lugar da outra. Assim como no exemplo acima, nos deparamos diariamente com a falta de união entre as moçoilas.<br />
Seja aquele julgamento hipócrita da conduta sexual de outra, um sentimento de vitória porque o namorado de outra te paquerou, a fofoca automática sobre a colega que foi trabalhar sem maquiagem ou a manipulação impecável para que o seu filho faça o que você quer antes da sua nora descobrir.<br />
Para nos entendermos mulheres, precisamos perceber nossos diferentes papeis na vida. Como malabaristas por natureza e uma força imensurável dentro de nós, somos capazes de ver a vida de forma delicada. <br />
Por isso, devemos não só continuarmos nos proteger de velhas ideias, mas também devemos mais empatia uma com as outras. Isabela Martinezhttp://www.blogger.com/profile/11629737077588511393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4867613276992966049.post-37777008166913252562014-11-10T10:01:00.002-08:002014-11-12T05:16:34.830-08:00Para Francisco e JoaquimNo primeiro instante em que vi os seus olhinhos brilhando, uma carinha colada na outra, tão parecidos, tão preciosos, a sala tumultuada com enfermeiras, médicos, instrumentos, desapareceu. Por um momento, fez-se um silêncio, era só luz e vocês. <br />
Assim começou minha nova vida como mãe. O
amor que sinto me dá forças para ser uma leoa quando necessário e uma coruja de asas abertas quando solicitado.<br />
Daqui do meu posto privilegiado, vi suas feições mudarem com o tempo, suas personalidades fortes transbordarem, fazendo com que o parecido se torne diferente. <br />
Sinto que a lição mais importante que me ensinaram sem ainda falar, é apenas sorrir. Sou muito grata pelos sorrisos sem motivo, que me fazem esquecer da bagunça da rotina da vida.<br />
Como é engraçado relembrar nossas apostas erradas. Vocês nos surpreenderam em cada traço de personalidade. Então, quem parece queto não é, quem agita não faz. Mudando a ideia de que tudo bem não acertar.<br />
Agora confio mais nas suas apostas, nos olhares que conseguem dizer o que querem, e até no choro que demanda o que ainda não têm, porquê confiam que vou entender.<br />
Obrigada Francisco e Joaquim por fazerem da terra um lugar mais leve pra mim.Isabela Martinezhttp://www.blogger.com/profile/11629737077588511393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4867613276992966049.post-26238041711085925972013-09-10T04:52:00.002-07:002015-03-15T11:05:13.645-07:00Coruja suspeita<div style="text-align: justify;">
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 13.85pt;">
<span style="color: #110f0f; font-family: "Courier New"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Olhos cansados de
tanto abrir, abro mais uma vez pra um chorinho apertado. Com ouvidos biônicos,
escuto tudo do fundo do quarto. Não me escapa nada. Sei onde se esconde a
vontade de falar e a de se calar. Aprendi a ser mutável. Sou cantora,
dançarina, apresentadora de programa infantil.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 13.85pt;">
<span style="color: #110f0f; font-family: "Courier New"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Ainda assim, os
problemas inventam de existir. Então, prendo-me ao instante, a eternidade é
tranquila quando me vejo em seus olhos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 13.85pt;">
<span style="color: #110f0f; font-family: "Courier New"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Tudo é dissolvido
vendo suas cambalhotas e sorrisos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; line-height: 13.85pt;">
<span style="color: #110f0f; font-family: "Courier New"; font-size: 10.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Embalo um, embalo
dois e com o coração ainda no meio, faço caber onde não tem espaço. <o:p></o:p></span></div>
Esqueço a
insistência da noite e faço de mim uma grande coruja de asas abertas.</div>
Isabela Martinezhttp://www.blogger.com/profile/11629737077588511393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4867613276992966049.post-79743346786563736182013-09-10T04:52:00.001-07:002013-09-10T09:53:16.935-07:00Ária costumeiraPássaro que não se acha<br />
Onde desperto sozinha<br />
Sou mais que uma<br />
<br />
Entre barulhos variados<br />
Cada quarto com seu som<br />
Som de tudo, som de nada<br />
<br />
Vivendo pela ária do ser<br />
Pelo abraço descompromissado<br />
E sobretudo pelo estado de graça<br />
<br />
Notas musicais de rotina<br />
Ora minhas, ora suas<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Isabela Martinezhttp://www.blogger.com/profile/11629737077588511393noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4867613276992966049.post-1299959484833589862013-08-15T09:15:00.000-07:002013-08-15T06:20:00.248-07:00Me retiro desse posto<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnN4tE2o_wxv7JG3B5z1wjPIwg7rytSAlesqxRoVyQsKfdwuRj0dVxcErkBy1FjE-agkXnzWXdk5xAoc41Nr-3RsAGbEoy-sHrLEh8-YVyVTHRdNMtXVadw4x9GoXklsoqjU0GN39WQDn0/s1600/img_jornal191_Guerra+-+Candido+Portinari.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnN4tE2o_wxv7JG3B5z1wjPIwg7rytSAlesqxRoVyQsKfdwuRj0dVxcErkBy1FjE-agkXnzWXdk5xAoc41Nr-3RsAGbEoy-sHrLEh8-YVyVTHRdNMtXVadw4x9GoXklsoqjU0GN39WQDn0/s400/img_jornal191_Guerra+-+Candido+Portinari.jpg" width="293" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A Guerra (1956), Cândido Portinari</td></tr>
</tbody></table>
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<span style="font-size: 100%;">Do que nos foi deixado</span><br /><span style="font-size: 100%;">agora vemos de bom agrado</span><br /><span style="font-size: 100%;">Do que nos foi imposto</span><br /><span style="font-size: 100%;">agora me tiro desse encosto</span><br /><span style="font-size: 100%;">Do que nos foi disposto</span><br /><span style="font-size: 100%;">agora sinto o oposto</span><br /><br /><span style="font-size: 100%;">Somos opostos dos que mentem</span><br /><span style="font-size: 100%;">Contraposto dos que sentem</span><br /><span style="font-size: 100%;">Somos restantes dos que ouvem</span><br /><span style="font-size: 100%;">Bom gosto dos que se desprendem</span><br /><span style="font-size: 100%;"><br />(...)</span></div>
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<br />Isabela Martinezhttp://www.blogger.com/profile/11629737077588511393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4867613276992966049.post-88304074186200377272013-05-29T10:44:00.000-07:002015-01-30T11:58:28.655-08:00Estórias de Sara<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSzPy1T8qYVtUvqo-x_WkJeY4ZoOx92QVkyH_zUION75sykbpUp5VjkxCpFnnnZhtjaOK0wklPySI7ZrJ6UWTx8R9Kkd2GyvArEk_ekBx5T0uoDWnT5ny1jWgOQ3z3iEHLUeYrNXqM4zka/s1600/sara.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSzPy1T8qYVtUvqo-x_WkJeY4ZoOx92QVkyH_zUION75sykbpUp5VjkxCpFnnnZhtjaOK0wklPySI7ZrJ6UWTx8R9Kkd2GyvArEk_ekBx5T0uoDWnT5ny1jWgOQ3z3iEHLUeYrNXqM4zka/s1600/sara.JPG" /></a></div>
Estava num voo noturno de São Paulo pra casa, numa daquelas madrugadas que você sabe que não vai dormir.<br />
Já estava irritada por não ter conseguido uma poltrona do lado esquerdo, ao lado do corredor. Comprei a passagem de última hora porque meu querido chefe pediu para que eu estivesse no outro dia às 09:00 no escritório, assim só consegui a poltrona do lado da janela.<br />
Imagine você apertada contra a janela fria, com vontade de fazer xixi as 03:00 da matina e tendo que acordar o coleguinha do lado para poder ir ao banheiro.<br />
É, eu não cheguei com o pé direito quando entrei no avião. Mas, pelo menos, fui uma das primeiras pessoas a chegar, coloquei minha mala de mão primeiro e me acomodei sem maiores problemas. Respirei fundo e pedi a aeromoça uma taça de vinho.<br />
- Senhora, só depois de decolarmos.<br />
Pensei: "Senhora?! Espero não ter um ataque fulminante antes de virar senhora!"<br />
No meio de um plano imaginário de assassinato, um príncipe encantado passa pelo corredor. Meus olhos foram com ele. Sabe como é, muito trabalho e pouco tempo pra sair.<br />
Foi quando ele parou no meio do corredor e começou a conversar com a aeromoça. Quando os dois olharam pra mim, e a aeromoça apontou o dedo em direção a minha poltrona.<br />
Vi ele voltando o corredor em câmera lenta, tinha cabelos escuros e uma boca linda. Segurava um livro que eu conhecia bem a capa, era 'O Morro dos Ventos Uivantes'. Surpresa agradável.<br />
Sentou-se na poltrona e me disse "Oi' sorrindo e exalando um perfume dos anjos. Foi amor à primeira vista.<br />
Assim, o avião começou a decolar. Confesso que ainda sinto borboletas no estômago, mesmo viajando quase todo mês. Imaginei-me segurando a mão dele, passando pelo medo juntos, quando uma pergunta me trouxe à realidade:<br />
- Têm medo de avião?<br />
Ele me perguntou abrindo a conversa mais clichê do mundo, mas também a que poderia vir a ser o começo da história que iríamos contar no nosso casamento.<br />
Respondi que sim, tentando esconder a timidez. Assim começamos a conversar do que fazíamos, pra onde íamos, quem somos e quem queremos ser.<br />
- Então, primeira vez que lê 'O Morro dos Ventos Uivantes'? Perguntei à ele.<br />
Entre risos me respondeu:<br />
-Na verdade, não. Deve ser a quinta vez que leio. Gosto de romances e esse é com certeza um dos mais bonitos que já li.<br />
"Que homem! Meu Heathcliff!" Pensei toda abobalhada e logo pousei meu olhar na sua mão esquerda. Sem aliança, para a minha alegria.<br />
Conversa vai, conversa vem. Ele não citou nome de mulher em todas suas histórias, aparentemente, também sem namorada. E uma vez ou outra, citava o 'Fabinho', devia ser amigo de infância, pois pareciam fazer tudo juntos. Achei bacana, mesmo porquê eu também tinha uma melhor amiga, a Tina.<br />
Contei sobre uma viagem que fizemos juntas para a Inglaterra. E de quando fingíamos ser espanholas que não sabiam falar nada de inglês, para assim despistarmos paqueras de caras estranhos.<br />
Rimos alto. Nós estávamos realmente nos divertindo, meu humor tinha melhorado consideravelmente. Já nos imaginava saindo juntos e apresentando nossos melhores amigos. Quem sabe um casamento duplo? Ria internamente.<br />
Foi quando sem perceber, pousamos no nosso destino. Olhamos um para o outro como se disséssemos "Mas já?!".<br />
Levantamos e começamos a reunir nossos pertences para ir embora, quando ele disse:<br />
- Sara, me dá seu número?<br />
Estava ansiosa por esse pedido. Abri primeiro o sorriso e depois a boca pra falar, quando seu celular tocou.<br />
- Oiii Fabinho, tudo bem sim. Então amor, acabei de chegar. Conheci uma amiga, a Sara, ela é ma-ra-vi-lho-sa. Você vai adorar ela!<br />
<br />
<br />
<br />Isabela Martinezhttp://www.blogger.com/profile/11629737077588511393noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4867613276992966049.post-33899436155152427732013-01-29T18:14:00.000-08:002015-06-10T17:29:19.533-07:00 Estórias de Sara<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaD7qoszsgPeaYTl3m_f02HOK2vJ9USF4_5dy0TIn5lC-bm9gCUS48CGfQ18-aAj1PWkEz5mN5zgdoUEN-edp4tbDCnE26er26jn9VVeKOcWbQkzIaRm9YjAxDTD1aCPWnAycQQG1OAzuG/s1600/sara.JPG"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5706407221437175106" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgaD7qoszsgPeaYTl3m_f02HOK2vJ9USF4_5dy0TIn5lC-bm9gCUS48CGfQ18-aAj1PWkEz5mN5zgdoUEN-edp4tbDCnE26er26jn9VVeKOcWbQkzIaRm9YjAxDTD1aCPWnAycQQG1OAzuG/s320/sara.JPG" style="cursor: hand; float: left; height: 200px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 56px;" /></a><br />
Já passava das duas horas da madrugada, o bar estava cheio. Rolava uma baladinha hard rock que todo mundo sabe cantar e alguns olhares trocados.<br />
<br />
<div>
Mas tinha aquele. Um cara que o fulano me apresentou e não tirou os olhos de mim desde então. Pensei em retribuir o olhar, mas quando o fazia, ele fingia não prestar atenção.</div>
<br />
Noite adentro, alguns goles a mais e as conversas começaram a ficar nebulosas. Logo o perdi de vista.<br />
<br />
Foi quando ele apareceu do meu lado, gaguejando pra me pedir um cigarro. <br />
<div>
<br /></div>
Eu disse: - Claro!<br />
<div>
<div>
E tirei um cigarro do maço, esperando deixa-lo mais tranquilo.<br />
<br />
Fiz o que toda garota que finge não estar interessada faz: olhei para os lados como se estivesse procurando algo ou alguém. Ele se posicionou na hora. Disse o primeiro chaveco barato que lembrou, mas valeu a tentativa.<br />
<br />
- Garotas bonitas não podem ficar com copos vazios.</div>
<br />
<div>
E pra minha surpresa, encheu meu copo com aquela cerveja que pensei que só eu gostasse.</div>
<div>
<br />
Meu primeiro pensamento foi: homens e sua mania de nos embebedar. Mas pô, ganhei uma cerveja e ele ta interessado. Tá na hora de parar de ser difícil.</div>
<br />
<div>
Então abri um sorrisão, agradeci e sentei mais perto dele.</div>
<br />
<div>
Conversa vai, conversa vem. Já passava pela minha cabeça: quando é que ele vai me beijar?</div>
<div>
<br />
Foi quando ele pegou na minha mão e disse:</div>
<br />
<div>
- Queria muito ficar com você hoje, mas a minha namorada ta aqui no bar.</div>
</div>
Isabela Martinezhttp://www.blogger.com/profile/11629737077588511393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4867613276992966049.post-14190817058678364112013-01-21T10:07:00.001-08:002013-08-15T05:04:40.868-07:00Veneta<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Olha pro alto pra averiguar o satélite</div>
<div style="text-align: center;">
Lua cheia ou minguante</div>
<div style="text-align: center;">
Crescente ou descrente</div>
<div style="text-align: center;">
O eixo de 160° cresce consideravelmente </div>
<div style="text-align: center;">
Cresce fios de ânimo, vulgaridade, mas sobretudo de ingenuidade</div>
<div style="text-align: center;">
Sonha com o rapaz que passará lentamente seus dedos por entre os fios sedosos</div>
<div style="text-align: center;">
Mesmo que imaginários, são parte da dança da sedução que procura no céu o seu apoio<br />
E assim como o céu escuro, há dentro dela o ponto forte de iluminação<br />
Ponto em que a veleidade particular do ser transparece<br />
Voltando a dança da noite e buscando acima ser correspondida </div>
Isabela Martinezhttp://www.blogger.com/profile/11629737077588511393noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4867613276992966049.post-29242952236349543142012-12-20T13:30:00.002-08:002012-12-21T04:54:44.962-08:00Dona Morte<div style="text-align: justify;">
Como você quer morrer? Por ondas gigantes, meteoros ou de consciência limpa? Tenho certeza que você tem uma cena imaginária pronta de como seria o fim do mundo. Estátua da Liberdade submersa, pessoas caindo em fendas terrestres, explosão e luz branca. Hollywood nos ajudou a ter uma ideia. Embora, como bons humanos que somos, não gostamos de pensar na morte propriamente dita. Por medo do desconhecido, preferimos a história fantástica, para que assim, a morte doa a todos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Graças a divulgação da interpretação de uma possível profecia do calendário Maia, estamos novamente nos aliviando da culpa que não queremos sentir. Como foi, por exemplo, o "Bug do Milênio", acreditavam que teríamos um grande pane no sistema. Infelizmente ou felizmente, um grande pane do sistema poderia atrapalhar a vida da sociedade, mas também ajudar no que for conveniente.</div>
<div style="text-align: justify;">
Mais uma lorota desfeita por cientistas, deixando até mesmo a NASA de cabelo em pé. Então, por quê insistimos no fim? Será que acreditamos tanto que o cosmos está a nossa disposição? Criando milagres como cidades protegidas pela sua altitude e cristais em seu subsolo, podendo assim, nos manter longe da profecia apocalíptica.</div>
<div style="text-align: justify;">
A ironia é que se queremos o fim para todos, porquê escolhemos passar pela morte individualmente?</div>
<div style="text-align: justify;">
Não usarei de misticismo ou qualquer crença terrena para mostrar meu ponto de vista. Mas você há de concordar comigo que quando a Dona Morte vêm, algo sobrenatural e inexplicável acontece.</div>
<div style="text-align: justify;">
E como você quer estar nesse momento? Não esquecemos que a hora da morte é infalível e independente de qualquer profecia. Portanto, não podemos pensar que só o fim do mundo irá nos salvar desta.</div>
Isabela Martinezhttp://www.blogger.com/profile/11629737077588511393noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4867613276992966049.post-72636997697895843392012-12-03T18:21:00.004-08:002013-07-02T04:41:27.178-07:00<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirQk6P0cqAKPBcEsqNZMKXWxOhh_LYohLdZZ4V581-HI_oM9JWjUJOo6k-DyybzKeAigz117i0D5O2fZ80dZCH-Sm2TY2KTiMMBi4KihxivXqtQeEdvtzELSTL_U6UlR0ST1KS_b6qFsic/s1600/sea.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="203" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirQk6P0cqAKPBcEsqNZMKXWxOhh_LYohLdZZ4V581-HI_oM9JWjUJOo6k-DyybzKeAigz117i0D5O2fZ80dZCH-Sm2TY2KTiMMBi4KihxivXqtQeEdvtzELSTL_U6UlR0ST1KS_b6qFsic/s320/sea.jpg" width="320" /></a></div>
Eis me aqui na mesma situação de outrora. Sinto as maldades que fiz comigo, deslizando sobre meu corpo o líquido preto que fede, mas também dissolve. Vejo a espuma que sai dos meus lábios que tentam sonorizar. Balbuciam qualquer coisa raivosa que tenta escapar de mim. Sou corpo e me vejo onda. Sou onda e me sinto costa. Perto das pedras parei. Eis me aqui, tateando por qualquer coisa dura o bastante pra me martirizar.<br />
<div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
</div>
Isabela Martinezhttp://www.blogger.com/profile/11629737077588511393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4867613276992966049.post-2338572637295124422012-09-30T15:46:00.002-07:002012-10-04T12:18:50.530-07:00PetróleoA infelicidade me bate à porta.<br />
Bate com foça, sem dó<br />
Me olha de rabo e diz:<br />
- Pensou que fosse se livrar de mim?<br />
<br />
Olho pro espelho com olhos de quem não vê<br />
Não quero ver o abismo de mim mesma<br />
Não quero sentir a verdadeira cólera<br />
E principalmente, não quero e não gosto de me ver nua<br />
<br />
Tento colocá-las quetinhas debaixo do tapete<br />
A infelicidade se zanga, a verdade não entende<br />
Digo para elas que são desnecessárias<br />
Eis meu otimismo que me abraça<br />
<br />
A infelicidade retorna à porta<br />
- Ei, você tem que passar por mim primeiro!<br />
A confusão se estende por inteiro<br />
Me vejo desarmada<br />
<br />
Decido deixá-la entrar<br />
Percebo-me folha branca, pensamentos negros<br />
Turvos, confusos, brandos<br />
Sinto o cheiro de tinta mudando<br />
Espero o pensamento se tornar petróleo<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Isabela Martinezhttp://www.blogger.com/profile/11629737077588511393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4867613276992966049.post-83178582295510080332012-09-18T12:36:00.001-07:002012-09-18T13:01:02.482-07:00Quanto tempo é necessário para perceber o real teor da situação que nos encontramos? Os momentos com seus altos e baixos, são prazerosos, mesmo com a distância entre eles. E o prazer é um falso remédio, ele nos confunde. Nos faz lembrar de algo bom, sincero, do bem... Tudo passa a ser compreendido nesse pequeno sistema que é viver. O estilo muda. Você então, deixa a exigência de lado e olha com bons olhos a mudança porquê ela é melhor por ser desconhecida. Não é? Não sei, agora deixo consumir para descobrir...Isabela Martinezhttp://www.blogger.com/profile/11629737077588511393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4867613276992966049.post-55839757136995206612012-07-26T21:09:00.003-07:002012-09-21T05:50:28.800-07:00Desagrado<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizmVZpF8gVRuWQvtYtIK1ChLQW8BrV9MliR8rXgergi4T0yh4XG-s8BLT04gvV9raQ9IWQmnLCPetrDWFxR9ZIuoB2vrdgyZkjsCgzCE3RgegdiBxkqEg0sIxYEq8SA3g7H3RGDAmrF6jH/s1600/the+kiss+Pablo+Picasso.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizmVZpF8gVRuWQvtYtIK1ChLQW8BrV9MliR8rXgergi4T0yh4XG-s8BLT04gvV9raQ9IWQmnLCPetrDWFxR9ZIuoB2vrdgyZkjsCgzCE3RgegdiBxkqEg0sIxYEq8SA3g7H3RGDAmrF6jH/s1600/the+kiss+Pablo+Picasso.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="color: #110f0f; font-family: 'Courier New', Courier, FreeMono, monospace; font-size: 13px; line-height: 18px;">Querido, saiba que tenho por você muito apreço, sei das suas qualidades e os seus defeitos. </span><span style="color: #110f0f; font-family: 'Courier New', Courier, FreeMono, monospace; font-size: 13px; line-height: 18px;">Embora não os procure, estes tendem a transbordar. Me incomodam não vou negar. </span><span style="color: #110f0f; font-family: 'Courier New', Courier, FreeMono, monospace; font-size: 13px; line-height: 18px;">A verdade, meu bem, é que a paixão não me rege. Meus sentimentos são por detalhes derradeiros. </span><span style="color: #110f0f; font-family: 'Courier New', Courier, FreeMono, monospace; font-size: 13px; line-height: 18px;">Daquilo que mesmo errado naturalmente é bonito. E a paixão injustificada é cega pra ver. </span><span style="color: #110f0f; font-family: 'Courier New', Courier, FreeMono, monospace; font-size: 13px; line-height: 18px;">Por isso, sou a favor do amor, aquele aberto para interpretações e sentimentos. </span><span style="background-color: white; color: #110f0f; font-family: 'Courier New', Courier, FreeMono, monospace; font-size: 13px; line-height: 18px;">Embora, a vida me ensinara que amor é afinação, aparece você todo desafinado. </span><span style="color: #110f0f; font-family: 'Courier New', Courier, FreeMono, monospace; font-size: 13px; line-height: 18px;">Enquanto eu busco o amor por inteiro, você se esforça para ser objeto de desejo...</span></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<br />
<span style="color: #110f0f; font-family: 'Courier New', Courier, FreeMono, monospace; font-size: 13px; line-height: 18px;">Tela: O Beijo, Pablo Picasso (1969)</span>Isabela Martinezhttp://www.blogger.com/profile/11629737077588511393noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4867613276992966049.post-2019356740176132532012-06-05T09:24:00.001-07:002012-10-25T08:31:12.132-07:00Desmitificada<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #333333; font-family: "Courier New"; font-size: 10pt;">Sigo sem nome</span><span style="color: #110f0f; font-family: "Courier New"; font-size: 10pt;"><br />
</span><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Courier New"; font-size: 10pt;">Pois em terra de falsetas</span><span style="color: #110f0f; font-family: "Courier New"; font-size: 10pt;"><br />
</span><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Courier New"; font-size: 10pt;">Serás nome neo-verdade<br />
<span style="color: #110f0f; font-size: 10pt;"></span><br />
</span><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Courier New"; font-size: 10pt;">Não sou lorota, entenda</span><span style="color: #110f0f; font-family: "Courier New"; font-size: 10pt;"><br />
</span><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Courier New"; font-size: 10pt;">Penso só que se nomeia</span><span style="color: #110f0f; font-family: "Courier New"; font-size: 10pt;"><br />
</span><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Courier New"; font-size: 10pt;">o que por si se limita</span><span style="color: #110f0f; font-family: "Courier New"; font-size: 10pt;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="background: white; color: #333333; font-family: "Courier New"; font-size: 10pt;">Desmitificada</span><span style="color: #110f0f; font-family: "Courier New"; font-size: 10pt;"><br />
</span><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Courier New"; font-size: 10pt;">sem qualidade fixa</span><span style="color: #110f0f; font-family: "Courier New"; font-size: 10pt;"><br />
</span><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Courier New"; font-size: 10pt;">Animalesca com vida<br />
<span style="color: #110f0f; font-size: 10pt;"></span><br />
</span><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Courier New"; font-size: 10pt;">Prefiro assim</span><span style="color: #110f0f; font-family: "Courier New"; font-size: 10pt;"><br />
</span><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Courier New"; font-size: 10pt;">Se vivo o mundo rotulado</span><span style="color: #110f0f; font-family: "Courier New"; font-size: 10pt;"><br />
</span><span style="background: white; color: #333333; font-family: "Courier New"; font-size: 10pt;">Sigo sem dom politizado</span><span style="color: #110f0f; font-family: "Courier New"; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></div>
Isabela Martinezhttp://www.blogger.com/profile/11629737077588511393noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4867613276992966049.post-90812131473526097502012-05-06T22:38:00.000-07:002012-10-25T08:42:23.016-07:00Conto da leoa<div>
Em uma manhã de domingo, acordei ao lado do meu marido. Beijei-o como de costume e disse:<br />
- Bom dia!<br />
Ele responde o mesmo, mudando só o tom.<br />
- Bom dia.</div>
Essa hora do dia sempre foi a mais difícil pra mim. Sou um pouco preguiçosa, não vou negar. E acordar cedo é um exercício diário que ao longo dos anos, por conta das minhas tarefas como mãe e dona do lar, tive que me acostumar.<br />
Depois de lavar o rosto para tentar acordar um pouco mais, segui para a cozinha. Passando pelo corredor escutei um soluço vindo do quarto da minha filha. Resolvi segurar meu instinto de mãe. Não abri imediatamente a porta e comecei a incomodá-la com as perguntas habituais para aquela cena.<br />
<div>
Então, fui para a cozinha, comecei a preparar algumas torradas e colocar o leite para esquentar. Só que meus pensamentos não estavam na panela e acabei me queimando. Pensava no que estava acontecendo a minha filha, o porquê estava chorando e se ela pediria a minha ajuda.<br />
Lembrei-me automaticamente de minha adolescência. Do quanto necessitava da minha mãe. Era uma garota muito sensível. E por conta de alguns namorados ruins, passei um tempo vivendo novelinhas. Todavia, existiu entre eles, um que me marcara mais. E ao contrário do pensamento óbvio, não foi o meu marido.</div>
- Mãe, vem aqui, por favor.<br />
Escutei essa frase baixinho, quase debaixo dos meus pensamentos, então, voltei à realidade. Era minha filha que chamava do quarto. Não pude esconder meu sorriso. Por mais que isso possa parecer politicamente incorreto, a leoa dentro de mim vibra quando um dos meus filhotes precisa da minha ajuda.<br />
Entrei devagar no quarto e logo quando visualizei a cena inteira, meu coração apertou. Minha filha estava com as bochechas rosadas, com olheiras de choro e lágrimas que não paravam de descer sobre seu rosto.<br />
- O que houve? Dizia eu procurando uma solução rápida para seu problema.<br />
Entre soluços, ela respondeu:<br />
- Ah mãe, eu e o Pedro terminamos. Quer dizer, ele disse que não queria mais... Eu não sei o que está acontecendo. Mas eu não queria, eu... Eu não queria! Ele disse que agora é pra valer, e eu não quero perder ele! Eu não consigo parar de chorar... Quero parar de chorar!<br />
Essa última frase me pegou pelos calcanhares. Uma vez, essa mesma frase saiu da minha boca e logo em seguida, fiz a promessa que nunca mais iria chorar. Infelizmente minha promessa se cumpriu e ao contrário do que pensei, isso não melhorou as coisas, elas só se tornaram mais confortáveis.<br />
<div>
Eu nunca tinha contado essa história a ela. Primeiro porque não era com o pai, e segundo que acredito que não queria lembrar os detalhes para poder contá-la. Mas devido aos fatos, pensei que talvez a minha experiência pudesse ajudá-la.</div>
- Filha, não diga isso. Sei que está triste e confusa. Mas entenda que isso faz parte da vida.<br />
Mesmo essas lágrimas, elas são parte de você no momento. Dar-se liberdade para sentir, não importa o que seja, é o que te torna humana.<br />
<div>
Sabe, já sofri como está sofrendo. Acho que deveria ter uns 20 ou 21 anos. Era um pouco mais velha que você. Tinha acabado de passar no vestibular e ingressei na faculdade. Escolhi o curso de Psicologia, sempre fui muito interessada nos sentimento humanos e como eu poderia ajudar as pessoas.<br />
Estava atrasada para aula, e no caminho, um colega me avisou que esta não seria na nossa sala e sim no auditório. Cheguei no lugar, estava lotado, havia umas três classes de cursos diferentes, mas todos da área de humanas. A aula era de Sociologia, meu professor promoveu uma discussão sobre o Estado Moderno e como suas idéias prejudicavam a sociedade. O assunto me interessava muito, mas era muito tímida para participar. Os professores ressaltavam pontos fortes do assunto e na minha cabeça passava o que eu não concordava e o que queria acrescentar.</div>
<div>
"Professor, a ideia de que sem estrutura familiar, um indivíduo não evolui como os outros é ultrapassada. Passamos já pela Era Moderna, a época em que as novas famílias nos chocavam e causava apreensão passou. Hoje o indivíduo contemporâneo vê essas novas famílias com mais naturalidade, não pensam que são vítimas delas e não agem como tais."<br />
Nossa! Eu estava pensando a mesma coisa! Fiquei surpresa ao escutar isso de um aluno da classe de Jornalismo. Fiquei feliz em saber que alguém tem a mesma opinião que a minha. Logo, meu olhar caiu sobre ele. E não pude mais desviar. Além de tudo, era bonito.</div>
E desde nova, sabia que inteligência e boa aparência é uma combinação difícil de achar.<br />
O debate continuou por mais uma hora, especulou-se tudo do assunto, mas o garoto que eu não tirava mais olhos, não disse mais nada.<br />
Cansada de tanta falação, quando a palestra terminou fui direto para porta, foi quando alguém esbarrou em mim. Meus livros caíram todos. Olhei irritada para a pessoa desastrada.<br />
- Desculpa! Disse o moço que eu não tirava os olhos antes.<br />
- Ah tudo bem...acontece. E abri um sorriso.<br />
- Aqui as suas coisas. Bom, até mais então! Ele disse rapidamente e seguiu em direção a porta.<br />
Fiquei vendo ele passar pela porta, imaginando qual seria o nome dele e sua história.<br />
Nesse meu sonho acordado, só fui me dar conta da realidade quando coloquei meus livros sobre a minha mesa do quarto e percebi que tinha um livro a mais que não era meu.<br />
Era um livro familiar, O retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde, sempre achara a idéia da história fantástica. Um homem que escolheu não envelhecer para poder viver sua juventude para sempre, o que no final, resulta em uma só fase de vida.<br />
Abri então o livro para ver se tinha algum nome escrito para eu poder entregar ao dono. Achei na contracapa uma sigla "T.M".<br />
Estava cansada demais para tentar decifrar. Resolvi que amanhã tentaria achá-lo para devolver seu livro.<br />
No outro dia, fui um pouco mais cedo pra faculdade, passei pelas três salas de Jornalismo, mas não o achei. Quando me virei para ir até a minha sala, trombei com alguém. Novamente, era a mesma pessoa.<br />
- Nossa! Me desculpa! Eu te machuquei?<br />
- Não, ta tudo bem. Na verdade, estava te procurando. Ontem você acabou deixando o seu livro comigo.<br />
- Ah, nossa, não sabia nem que tinha perdido! Obrigada! Qual é o seu nome?<br />
- Luiza! O seu é Tiago?<br />
- Sim! Como você sabe?<br />
- Vi suas inicias no livro.<br />
- É mesmo, tinha me esquecido disso. Obrigada novamente. Então, nos vemos no intervalo?<br />
- Er... sim, claro. Respondi com as bochechas rosadas.<br />
Quase não prestei atenção na aula e não consegui esperar até o intervalo. Fui para a lanchonete e dei de encontro com Tiago.<br />
- Olha, sem esbarrar dessa vez!<br />
- Dessa vez eu estava com a cabeça no lugar. Na verdade, estava olhando para você.<br />
Novamente, fiquei corada. Mas a conversa entre eu e ele fluía tão facilmente que logo perdi a vergonha. Parecia que já nos conhecíamos. Sei que soa piegas, mas era o que eu sentia.<br />
Não demorou muito para começarmos a namorar. Descobri que tínhamos os mesmos gostos para as coisas. Costumávamos passar horas só conversando, sobre o céu e a terra, as pessoas e suas manias e os nossos sonhos de vida.<br />
Nós dois estávamos no último ano da faculdade. Eu já tinha economizado dinheiro suficiente e com a ajuda dos meus pais, iria montar meu próprio consultório. E Tiago estava planejando uma viagem pelo mundo. Por vezes, ele me lembrava o próprio personagem Dorian Gray. Embora quando ele falava sobre isso, não prestava muita atenção, achava que ele não poderia me deixar.<br />
Ele sabia que eu não poderia ir. Meu sonho era ter meu consultório e isso estava prestes a acontecer. E além disso, tinha expectativas que nós dois pudêssemos começar uma vida juntos. Já éramos maduros suficientes. Mas conforme o tempo passava, Tiago não só não parava de falar sobre essa viagem, como começou a de fato, planejá-la.<br />
Apaixonada como estava, não me segurei e confrontei-o.<br />
- Tiago, você vai mesmo viajar?<br />
- Sim, Luiza. Você sabe disso há muito tempo, é o meu sonho. Sonho com isso desde menino.<br />
- Mas Tiago, e nós?<br />
- Luiza, eu te amo muito. Sou muito apaixonado por você. Mas queremos coisas diferentes.<br />
- Eu quero ficar com você.<br />
- Então, me acompanhe na viagem.<br />
- Você sabe que não posso. Estou prestes a conseguir um lugar para o meu consultório. Sabe quanto tempo tenho sonhado com isso? Fique por favor. Eu te amo...<br />
- Luiza, temos que ser razoáveis. Não podemos ficar na frente do sonho de nós mesmos.<br />
A discussão continuou mais um pouco. Mas depois dessa frase, sabia que ele não iria desistir do seu sonho. Ele realmente não tinha os mesmo planos que os meus.<br />
Depois disso, não podíamos mais ficar juntos e não o vi mais. Alguns meses se passaram, e eu soube que Tiago ingressara em sua viagem.<br />
Demorou um tempo para me recompor. Passei por uma grande fase com raiva e muitas lágrimas. E como psicóloga, sei que minha fase durou mais do que deveria. Isto resultou em um bloqueio, nunca mais consegui chorar.<br />
- Nossa mãe, não imaginava isso. Então você amava muito esse Tiago, né? Mas por que está me contando tudo isso? Indagou a minha filha com razão.<br />
- Porquê esses dias recebi uma carta. Era do Tiago. E nela, ele contava todas as suas aventuras. Tudo o que conheceu e aprendeu. Mas no final da carta, disse que hoje ele tem dúvidas sobre a decisão dele no passado. Imaginou que poderia prolongar sua fase, mas que agora estava sentindo a tristeza da solidão.<br />
"Segui meu sonho, mas perdi você. Não sei se tenho o direito de pedir, mas queria que você me perdoasse Luiza. Eu não soube perceber que o que eu queria estava bem na minha frente."<br />
- Estou te contando isso filha, para você entender que às vezes, não importa o quanto temos certeza dos nossos sentimentos, para o amor ser completo, a pessoa que amamos também precisa ter certeza. Sei que isso não parece bem um consolo. Mas entenda que talvez Pedro esteja em uma fase diferente que a sua. Você não precisa sofrer como eu sofri para compreender isso.<br />
- Sim, eu entendo mãe. Obrigada por tentar me ajudar. Saiba que eu também estou aqui pra você.<br />
Nos abraçamos por uns cinco minutos e eu disse que a esperava na cozinha para comer. Embora, quando sai do quarto dela, senti um aperto no meu coração e resolvi antes entrar no meu quarto.<br />
Abri a gaveta do meu criado mudo e peguei a carta de Tiago. Comecei a ler novamente, era um misto de felicidade com tristeza, pela primeira vez em muito tempo estava sentindo aqueles sentimentos esquecidos.<br />
Então, na última frase, dei-me a liberdade para chorar.<br />
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Isabela Martinezhttp://www.blogger.com/profile/11629737077588511393noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4867613276992966049.post-68469003447109433082012-03-30T13:39:00.006-07:002012-07-08T08:54:20.588-07:00Não, você não está certo disso.Quanta ilusão a nossa! Pensar por um minuto, que temos as respostas de tudo. Que somos nossos próprios deuses. E devemos vestir nossa opinião formada como uma armadura. Ironicamente, tendo consciência que nada é definitivo. Ninguém é eterno, nossos relacionamentos mudam, talvez nossos endereços mudem, então, imagine a nossa opinião... Mas continuamos a teimar. Eu mesma, posso dizer que por vezes, me vi mordendo a língua e, doeu. Mesmo procurando sempre não falar sobre coisas unilaterais, certo e errado, o preto e o branco, o bandido e o mocinho, porquê gosto muito, muito mesmo da subjetividade. Disse muitas vezes que tinha uma opinião formada sobre isso e disso e aquilo. Como me vangloriei... O fato é que ultimamente, ando confrotando comigo mesma. A realidade bate com as minhas convicções. Ou pelo que eu temia, minhas acomodações. Talvez isso seja parte do amadurecimento. Enrijecer tanto a opinião que se formou com as vivências a ponto de não não dar espaço para aprender ou acrescentar algo a ela. Hoje vendo essa questão com mais clareza, resolvo me abrir um pouco. Não é fácil, não vou mentir. Embora, depois desse exercício, conheci alguns mundos que acreditava não existir. Valores que tinha deixado para trás, por serem corrompidos pela época. E reaprendi a ser generosa com o mundo, para ele que também fosse comigo.Isabela Martinezhttp://www.blogger.com/profile/11629737077588511393noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4867613276992966049.post-14666669359137546652012-03-08T12:39:00.014-08:002012-03-21T11:21:43.864-07:00We can do it!<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZi9U1GycLBvNzNO0TmCNUC61ml5FCerA_I4mevCU2_aibcdLJrtMJ5WexccqrfhGO46dd26HlzOYk3cviezcu37cG82w5KdVcFGqYLtqEZzkN-H2fa57akqV9JeYaiW3DBFs3W4KSLAZ5/s1600/463px-we_can_do_it21.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5717630402926429970" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 247px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZi9U1GycLBvNzNO0TmCNUC61ml5FCerA_I4mevCU2_aibcdLJrtMJ5WexccqrfhGO46dd26HlzOYk3cviezcu37cG82w5KdVcFGqYLtqEZzkN-H2fa57akqV9JeYaiW3DBFs3W4KSLAZ5/s320/463px-we_can_do_it21.jpg" border="0" /></a> Me lembro de um episódio na escola, deveria ter uns treze anos, minha turma não era a da minha classe, minhas amigas eram mais velhas que eu e nos considerávamos as bad girls do colégio. E foi exatamente no dia da mulher que isso aconteceu.<br /><br />- Oiiiii. Feliz dia da Mulher gente!<br />- Hm. Obrigada. Mas acho ridículo esse dia.<br />- Como assim? Perguntava eu, tentando entender..<br />- Ué, porque não existe Dia do Homem. E sabe por quê? Porque eles não precisam. Eles não passaram a história sendo explorados por ser o sexo frágil, não tiveram sua voz ignorada por décadas e não tiveram que ser submissos por força.<br /><br />Tudo que ela dizia fazia sentido. Infelizmente fazia. E como o grupo pensava o mesmo, logo vesti a idéia também. Passei a adolescência com esse espírito feminista. We can do it era o lema e os homens eram os inimigos. Agora, com alguns anos a mais, não penso mais daquele jeito. Não totalmente.<br /><br />Na verdade, hoje é mais fácil abraçar a idéia entendendo o porque foi feita. É um merecimento, talvez até um pedido de desculpas as mulheres, mas com uma boa intenção. E acredito que seja por isso que nós, mulheres, deveríamos nos sentir honradas por termos um dia só nosso.<br />Vamos ver essa data em um período tão moderno, como a finalmente e merecida liberdade da mulher.<br /><br />Liberdade para falar, escrever, tentar, ser e <strong>poder</strong>. Não no sentido negativo da palavra. Ter espaço para poder fazer e ser o que quiser.<br />Provavelmente, uma das coisas mais valiosas que conquistamos, não é mesmo?Isabela Martinezhttp://www.blogger.com/profile/11629737077588511393noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4867613276992966049.post-70661794806494690432011-12-31T06:23:00.000-08:002012-07-08T08:56:54.325-07:002012No último dia do ano, me vejo pensando em tudo que vivi neste que esta indo embora. Será que fiz tudo que disse que iria fazer? Fui feliz como me desejaram? Coloquei em prática as minhas promessas? Não, sim, não. Impossível cumprir tudo isso todos os dias do ano. E talvez essa foi a minha maior lição. É preciso perder um pouco do controle para viver de verdade. O segredo é encontrar seu equilíbrio entre o silêncio interno e a confusão externa. E isso pode levar mais do que 365 dias. Então não se arrependa, se liberte da culpa e de qualquer negativismo que possa interferir nesse recomeço. Um ano termina para que a nossa esperança seja renovada. Para que possamos continuar no caminho com o qual somos comprometidos. O meu é evoluir com o quase impossível equilíbrio. Mas é o meu desafio. E desejo a todos que descubram o seu e comecem esse ano o abraçando!<br />
Feliz Ano Novo!Isabela Martinezhttp://www.blogger.com/profile/11629737077588511393noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4867613276992966049.post-50536114427748924112011-10-24T08:08:00.010-07:002012-07-08T09:09:36.241-07:00Liberdade no olhar.Os poetas tentaram definir, nós tentamos sentir, mas em resumo: a sociedade tem um conceito equivocado do que é Liberdade. Atitudes como largar seu emprego, sair da casa dos pais, terminar um relacionamento, viajar para um lugar distante, usar seu dinheiro exclusivamente para o prazer, ignorar as regras e por aí vai, são vistas como libertárias. Embora, isso seja apenas libertinagem. Viver assim, sem nenhuma responsabilidade, até consigo mesmo, bate de frente com o verdadeiro significado dessa palavra.<br />
O indivíduo que sabe ser livre entende que precisa primeiro ser integrado totalmente com a sociedade, consciente das suas atitudes e consequências, seja com ele ou com o próximo.<br />
Entender isso é fácil, o problema está em se desfazer da idéia de ser livre. A vida com seus dramalhões, sempre tendendo a uma novela, te desafia constantemente a continuar no mesmo ritmo. Então, sentimos necessidade em sair da rotina, alterá-la, agir com expontaneidade, nem que seja só por uma noite. Nos faz sentir donos de si mesmo, não é? A liberdade de escolha é realmente coisa rara. Mas aprender a usar isso, mostra na verdade, que temos que olhar de dentro pra fora. Por mais clichê que soa isso, a real liberdade está dentro de nós, não é o mundo que nos expõem a ela.<br />
Então, a tão sonhada liberdade, que nos remete a anarquia, subversão, rebeldia, é na verdade viver com <strong>disciplina</strong>. É aprender a subordinar o prazer de hoje em prol de um bem maior do amanhã. Ser livre não é ser escravo de suas vontades e sim amante de suas <strong>prioridades</strong>.<br />
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</div>Isabela Martinezhttp://www.blogger.com/profile/11629737077588511393noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4867613276992966049.post-34174781840548954712011-03-05T14:27:00.001-08:002012-02-29T10:55:31.498-08:00Relaxa, a vida te empurra.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitVa_an27O4UC5zJHHDSohYbzwpnCL9OJzKaZrBFe1mpyt6y697OkP4fCBQnFwxfSifJ2hB7tnynF9b-ZQeaDVNTdeqAmZReiYVrBrcnwfJy0KawzjabCp1mOFq07DpaYY5aL4UnAdvO39/s1600/O_BALA~1.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5580733450692454434" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; WIDTH: 235px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitVa_an27O4UC5zJHHDSohYbzwpnCL9OJzKaZrBFe1mpyt6y697OkP4fCBQnFwxfSifJ2hB7tnynF9b-ZQeaDVNTdeqAmZReiYVrBrcnwfJy0KawzjabCp1mOFq07DpaYY5aL4UnAdvO39/s320/O_BALA%257E1.JPG" border="0" /></a><br /><br /><div>Demorei para entender que para tudo na vida há uma época. Sempre fui muito progressiva com os meus interesses, e com isso, às vezes, me frustrava por tentar impor um estilo de vida que simplesmente não cabia no momento.</div><br /><div>Com certeza eu e mais milhares de pessoas já passaram por esses momentos. Na hora, pensamos que é a última chance, o único momento, o lugar mais especial; é quase uma questão de necessidade, sendo que na verdade, tudo não passa de deslumbre com qualquer coisa nova e diferente do que estamos habituados. A possibilidade de sentir qualquer coisa nova nos interessa tanto, que acabamos ignorando se é <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_0">cabível</span> tal experiência no momento. Digo "<span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_1">cabível</span>" porquê podemos até impor uma experiência nova em um momento errado. Mas o aproveitamento dessa experiência será toda mastigada, sem resultados ou <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_2">aprendizado</span> real.<br />Amadurecer é um processo que entende isso, que compactua com o ritmo da vida. Quando nos <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_3">deixamos</span> levar e aprendemos a viver um dia de cada vez, a vida se encarrega daqueles momentos tão desejados e cobiçados. De uma certa maneira, ela te empurra constantemente para o novo e o diferente. E aí, você até se arrepende pela ansiedade em querer tudo antes mesmo de saber aproveitar.<br />Meu conselho é simples, admito até que é um conselho mais para mim do que para qualquer outra pessoa. Tenha paciência e foque em obter conhecimento para aproveitar melhor o novo.</div>Isabela Martinezhttp://www.blogger.com/profile/11629737077588511393noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-4867613276992966049.post-51559122669866380162011-01-17T18:32:00.000-08:002011-01-17T19:13:39.396-08:00A voz mais importante.<div align="justify">Se falo muito, acredite: nada é muito relevante. Pois tudo que há de mais importante eu guardo dentro de mim. Não sou fechada, entenda. Mas digo o necessário, talvez um pouco mais, e o resto deixo guardado. Minto. Às vezes, escapa por alguns desses textos os meus segredos. Embora nada tão grave, nem tão revelador. E vejo esse mecanismo inteligente em toda mulher. Somos ágeis para responder sem nos comprometer. Por isso a eterna dúvida dos homens: Afinal, o que as mulheres querem? Bad news. Elas não vão te dizer. Acho que somos um pouco treinadas a dizer A, quando na verdade, queremos dizer B. Claro que esse é o meu ponto de vista, mas penso que essa arte feminina é exercida porquê surte efeito. Pensar bem antes de falar e ver o esforço do outro em saber o que você quer, torna tudo mais especial. E obviamente, nos faz sentir especiais. Para finalizar, tenho um conselho para a raça de lá. Não tenham medo desses momentos, percebam como elas são diferentes e procurem escutar a voz do interior de cada uma. Essa é com certeza, a voz mais importante de qualquer mulher e a que mais precisa ser ouvida.</div>Isabela Martinezhttp://www.blogger.com/profile/11629737077588511393noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-4867613276992966049.post-16267484613801293242010-12-19T20:04:00.000-08:002010-12-19T20:52:35.446-08:00Pra mim, a vida só se torna perigosa quando se perde a fé.Isabela Martinezhttp://www.blogger.com/profile/11629737077588511393noreply@blogger.com0