sexta-feira, 30 de março de 2012

Não, você não está certo disso.

Quanta ilusão a nossa! Pensar por um minuto, que temos as respostas de tudo. Que somos nossos próprios deuses. E devemos vestir nossa opinião formada como uma armadura. Ironicamente, tendo consciência que nada é definitivo. Ninguém é eterno, nossos relacionamentos mudam, talvez nossos endereços mudem, então, imagine a nossa opinião... Mas continuamos a teimar. Eu mesma, posso dizer que por vezes, me vi mordendo a língua e, doeu. Mesmo procurando sempre não falar sobre coisas unilaterais, certo e errado, o preto e o branco, o bandido e o mocinho, porquê gosto muito, muito mesmo da subjetividade. Disse muitas vezes que tinha uma opinião formada sobre isso e disso e aquilo. Como me vangloriei... O fato é que ultimamente, ando confrotando comigo mesma. A realidade bate com as minhas convicções. Ou pelo que eu temia, minhas acomodações. Talvez isso seja parte do amadurecimento. Enrijecer tanto a opinião que se formou com as vivências a ponto de não não dar espaço para aprender ou acrescentar algo a ela. Hoje vendo essa questão com mais clareza, resolvo me abrir um pouco. Não é fácil, não vou mentir. Embora, depois desse exercício, conheci alguns mundos que acreditava não existir. Valores que tinha deixado para trás, por serem corrompidos pela época. E reaprendi a ser generosa com o mundo, para ele que também fosse comigo.

quinta-feira, 8 de março de 2012

We can do it!

Me lembro de um episódio na escola, deveria ter uns treze anos, minha turma não era a da minha classe, minhas amigas eram mais velhas que eu e nos considerávamos as bad girls do colégio. E foi exatamente no dia da mulher que isso aconteceu.

- Oiiiii. Feliz dia da Mulher gente!
- Hm. Obrigada. Mas acho ridículo esse dia.
- Como assim? Perguntava eu, tentando entender..
- Ué, porque não existe Dia do Homem. E sabe por quê? Porque eles não precisam. Eles não passaram a história sendo explorados por ser o sexo frágil, não tiveram sua voz ignorada por décadas e não tiveram que ser submissos por força.

Tudo que ela dizia fazia sentido. Infelizmente fazia. E como o grupo pensava o mesmo, logo vesti a idéia também. Passei a adolescência com esse espírito feminista. We can do it era o lema e os homens eram os inimigos. Agora, com alguns anos a mais, não penso mais daquele jeito. Não totalmente.

Na verdade, hoje é mais fácil abraçar a idéia entendendo o porque foi feita. É um merecimento, talvez até um pedido de desculpas as mulheres, mas com uma boa intenção. E acredito que seja por isso que nós, mulheres, deveríamos nos sentir honradas por termos um dia só nosso.
Vamos ver essa data em um período tão moderno, como a finalmente e merecida liberdade da mulher.

Liberdade para falar, escrever, tentar, ser e poder. Não no sentido negativo da palavra. Ter espaço para poder fazer e ser o que quiser.
Provavelmente, uma das coisas mais valiosas que conquistamos, não é mesmo?