Olhos cansados de
tanto abrir, abro mais uma vez pra um chorinho apertado. Com ouvidos biônicos,
escuto tudo do fundo do quarto. Não me escapa nada. Sei onde se esconde a
vontade de falar e a de se calar. Aprendi a ser mutável. Sou cantora,
dançarina, apresentadora de programa infantil.
Ainda assim, os
problemas inventam de existir. Então, prendo-me ao instante, a eternidade é
tranquila quando me vejo em seus olhos.
Tudo é dissolvido
vendo suas cambalhotas e sorrisos.
Embalo um, embalo
dois e com o coração ainda no meio, faço caber onde não tem espaço.
Esqueço a
insistência da noite e faço de mim uma grande coruja de asas abertas.