terça-feira, 10 de setembro de 2013

Coruja suspeita

Olhos cansados de tanto abrir, abro mais uma vez pra um chorinho apertado. Com ouvidos biônicos, escuto tudo do fundo do quarto. Não me escapa nada. Sei onde se esconde a vontade de falar e a de se calar. Aprendi a ser mutável. Sou cantora, dançarina, apresentadora de programa infantil.
Ainda assim, os problemas inventam de existir. Então, prendo-me ao instante, a eternidade é tranquila quando me vejo em seus olhos.
Tudo é dissolvido vendo suas cambalhotas e sorrisos.
Embalo um, embalo dois e com o coração ainda no meio, faço caber onde não tem espaço. 
Esqueço a insistência da noite e faço de mim uma grande coruja de asas abertas.

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